5 comentários Discussão aberta – Teologia

  1. Marcelo

    Caro Gabriel,

    Eu tentei freqüentar um grupo de Teologia para leigos, organizado pelas igrejas aqui da minha cidade. Foi uma decepção. As aulas eram dadas por seminaristas que estavam mais preocupados com problemas sociais do que propriamente as coisas de Deus. Já na segunda aula, um dos seminaristas, falando sobre moral, condenou os princípios corruptores do que ele chamou “economia neoliberal”. Fora isso, toda aula havia um discurso a favor do ecumenismo na Igreja Católica. Ora, a Igreja, hoje, luta para recuperar a própria identidade e já estão preocupados é com ecumenismo? Tsc, tsc…

    Por causa disso, acho que a resposta para sua pergunta é simples: não há lugar em que se aprenda Teologia por aqui.

    Abraços!!

  2. francisco razzo

    Caro Marcelo!
    Tua resposta foi ótima! Exatamente isso que acontece, uma constatação particular que demonstrar um estado de espírito absolutamente corrompido por uma “teologia” secularizada por influências nada cristãs, i.é, marxismo, gramscismo etc etc. Basta um olhar nas propostas da campanha da fraternidade: todas tão somente preocupadas com problemas sociais. Olha a última: poderíamos muito bem passar por uma campanha do PCC ou de alguma partido de esquerda!

    Querido Gabriel
    Sua pergunta vem num momento muito oportuno! Há duas palavras que parecem mais não fazer sentido algum, perderam seus horizontes, suas dimensões: Estudar e Teolgia. São palavras sem espessuras, povoada pelos demônios da opinião. A velha teologia essencialmente ligada a uma metafísica tradicional não faz mais sentido: há quem glorifique a morte de metafísicas, que, na verdade, significa propriamente a morte de uma civilização! A pergunta pode ser também: nossa civilização está morta?

    Um forte abraço
    Francisco

  3. Gabriel Ferreira

    Caríssimo Marcelo.

    Você está coberto de razão. Aliás, aqui na minha diocese também pululam esses cursos de teologia para leigos que, na maioria das vezes. utilizam inclusive o espaço físico e recursos das paróquias mas que, são, essencialmente, celeiros de tolices e heresias.

    Mas e quanto as alternativas? Como você tem tentado driblar a situação?
    Abs.

    Caríssimo Francisco.

    Como você bem sabe, meu amigo, essa é uma preocupação de anos. E é patético ver a ignorância e o descaso que imperam. Que essa seja a nova ordem social, não me espanta. Mas que ela também reine na Igreja é que é de lamentar.

  4. Marcelo

    Olá, pessoal.

    Não tenho certeza da melhor alternativa para contornar esse abismo que a falta de bons cursos de Teologia cava a nossa frente.

    Eu sou um católico que não possui conhecimentos teológicos. Fiz minha primeira Comunhão e minha Crisma numa idade em que imaginava estar tudo bem. Hoje, percebo a lacuna social provocada pela má preparação dos padres. Vejo essa lacuna em mim mesmo, que muitas vezes não sei qual a postura oficial adotada pela Igreja da qual digo fazer parte. E, aí, o que ocorre é o tal “ecumenismo” da Igreja: como ninguém sabe direito o que é direito, a gente inventa qualquer “coisa” para satisfazer nossas vontades, adaptando essa “coisa” como interpretação da Igreja. Daí, a perda de identidade é consequência.

    Não sei quais são as melhores alternativas para resolver esse problema. Posso falar do que faço. Para me informar, eu procuro acessar sites na Internet que adotam posturas mais conservadoras sobre a posição católica. É meio perigoso isso porque o papel aceita tudo, e pode-se acabar sendo enrolado do mesmo jeito. Mas tento filtrar as informações que colho na Internet com meu senso crítico. Tento avaliar a coerência dos argumentos. Entretanto, isso é um paleativo um tanto perigoso. O problema de fundo não é resolvido: a necessidade de um católico possuir uma base teológica satisfatória. Como avaliar a coerência teológica sem saber nada de Teologia?

    Talvez a melhor forma seja voltar aos pensadores antigos da Igreja, como Santo Agostinho e Tomás de Aquino. O problema é ler a Suma Teológica toda “by yourself”. O ideal é que houvesse uma orientação.

    Bem, Gabriel, não quero fazer propaganda aqui, mas o IICS tenta fazer algo do tipo: reler os clássicos antigos sob orientação. E, dentre os módulos, há aquele sobre a Bíblia e sobre os primeiros e principais pensadores católicos. Acho que é uma alternativa, mas compreendo que é muito pouco. A grande massa de católicos acaba engolindo qualquer coisa que os padres falam na missa. O problema da Igreja, assim como o dos militares, está nas escolas de formação. E, talvez, o Vaticano devesse ter um controle mais rígido sobre os integrantes que o representam nas diferentes partes do mundo.

    Quanto ao problema da Metafísica, o mundo moderno só aceita aquela que não fira a física da razão. Um professor meu disse uma frase bastante significa no que se refere à situação moderna do homem. E vai ao encontro da “morte da civilização” de que falou o Francisco. Se não me engano (e posso estar enganado), a frase é de Leo Strauss e diz algo como: “O ponto de vista moderno não consegue dar uma boa razão para que o homem tenha filhos.”

    É uma boa frase, não?

    Desculpem o comentário longo… Abraços!!

  5. Ricardo Alexandre da Silva

    Prezado Gabriel:

    O estudo não é valorizado. Quando se estuda – os poucos que o fazem – procura-se dominar algum conhecimento instrumental. A Filosofia e a Teologia são tidas como saberes meramente ornamentais e, portanto, destituídas de interesse.

    Creio que a solução seja a leitura de textos teológicos por parte dos fiéis com domínio de rudimentos da teologia. Lembro que o catecismo tem uma excelente edição em português, as encíclicas estão disponíveis no site do Vaticano e há textos em edições acessíveis de teólogos como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.

    Reivindicar dos padres a criação de cursos de teologia e deles participar me parece a solução. Quanto aos cursos de “teologia marxista”, penso que cabe aos fiéis adotar uma postura vigilante e esclarecedora, questionando tudo que se afaste da sã doutrina.

    Saudações fraternas,

    Ricardo Alexandre da Silva.

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