Os meus 10 livros de Filosofia

Bingo Filosófico

Em uma dessas raras brincadeiras de Facebook que valem a pena, fui convidado a elencar dez livros de Filosofia que foram importantes pra mim. Desnecessário dizer que essas listas sempre deixam coisas importantíssimas de fora, mas valem justamente pelo esforço de depuração e justificação. Pois então, ei-la :)

1. Metafísica – Aristóteles: Sempre foi e sempre será meu livro de Filosofia favorito. Nada exerceu maior fascínio filosófico em mim do que a Metafísica. Mesmo nas primeiras vezes que o folheei, quando tinha uns 15 anos, nas quais “Ser” tinha um sentido quase mágico e inescrutável, aquilo parecia ser a coisa mais importante do mundo. E era.

2. O Mito de Sísifo – A. Camus: O livro que me fez compreender, realmente, que o “ser se diz de muitos modos”, inclusive sob a forma do sentido da vida e da morte.

3. Crítica da Razão Pura – Kant: A primeira Crítica teve impacto análogo ao da Metafísica. Também “li” a primeira vez com uns 16 anos: fui até a metade (i.e. desisti) e devolvi o livro na Biblioteca com a solenidade com a qual se cumprimenta um inimigo. Foi o primeiro livro que tentei ler e tive de admitir para mim mesmo que me superava inimaginavelmente.

4. O ente e a Essência/Suma Teológica – Tomás de Aquino: São dois, mas considero juntos. Li pela primeira vez já na faculdade. E a arquitetônica analógica de S. Tomás me fez entender porque ele é o Doutor dos Doutores. E me fez “ver” os anjos.

5. Banquete – Platão: Ainda hoje é o livro mais bonito da Filosofia para mim. Não há um só dia em que eu fale de Filosofia (ou seja, todos os dias) e não lembre que ela consiste em trânsito amoroso entre os deuses e os homens.

6. Meditações Metafísicas – Descartes: Não é incrível que ele consiga desenvolver uma cadeia de raciocínios a partir de um único? Pois é, foi a primeira vez que “vi” isso ser feito.

7. O Sofista – Platão: Eu não entendi o que era Metafísica com a “Metafísica”, mas com o Sofista. Encontrei as melhores respostas lá, mas entendi os problemas aqui.

8. As obras do amor – Kierkegaard: Porque é a prova que a Filosofia pode ser sublime.

9. Ciência da Lógica I – Doutrina do Ser – Hegel: Porque briguei com ele durante anos, tenho certeza que está redondamente errado, mas mostra o que a Razão consegue fazer.

10. Pós-Escrito Conclusivo Não-Científico às Migalhas Filosóficas – Kierkegaard: Tão somente porque é o livro que condensa e reúne e articula todos os problemas filosóficos com os quais, como diz Popper, eu quis casar por toda a vida. A relação entre Ser e Pensar, o sentido da Existência e da relação para com o deus que oferece a Verdade.

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