Ahn, a subjetividade…

“O cogito ergo sum de Descartes tem sido muito repetido. Se se compreende pelo eu do cogito um homem particular, a frase não prova nada: eu sou pensante, ergo eu sou, mas se eu sou pensante não é uma maravilha que eu seja, já está dito e, então, a primeira parte da proposição diz mesmo mais que a última. Se então se compreende pelo eu que reside no cogito um só homem particular existente, a filosofia grita: Loucura, loucura, a questão aqui não é o meu eu ou teu eu, mas do eu puro. Mas o eu puro não pode, portanto, ter outra existência que não uma existência conceitual, que significa então a conclusão da proposição, enquanto nada é deduzido, porque a frase é uma tautologia.”

Haveria melhor epígrafe para o blog? Talvez sua seqüência natural:

“… Naturalmente ele pensa [o pensador abstrato], mas ele pensa tudo, ao contrário, em relação com ele mesmo que tem um interesse infinito pela existência.”

KIERKEGAARD, S. Post-scriptum aux miettes philosophiques

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