8-bit Philosophy – Filosofia via old-school games

Existem inúmeras tentativas de fazer a Filosofia dialogar com a cultura pop. Da interminável série “qualquer-coisa e a Filosofia“, que pretende sustentar um ar de seriedade mesmo com combinações para além do esdrúxulo, ao empenho sério de projetos como da Film-Philosophy, parece haver um grande esforço em diminuir as distâncias. Se isso deve ser feito, é uma questão ainda em aberto. Se isso é possível fazer, é uma questão que alguns projetos parecem responder afirmativamente e com algum sucesso.

Um deles é o ainda iniciante 8-bit Philosophy. Tocado pela Napkin Note Productions, a série de vídeos curtos faz uso da estética dos games 8-bit – e por vezes da referência direta a alguns clássicos das plataformas, como Mario, Megaman e Donkey Kong -, para fazer curtas apresentações de alguns filósofos e de algumas de suas questões principais. A ideia está num projeto maior da produtora que, segundo a própria descrição do canal, está

on a mission to bring the world education that doesn’t suck.

Iniciado em abril, a série conta até agora com 15 episódios, que por ora passam por Platão, Simone de Beauvoir, Nietzsche e outros. Como é de se esperar de um projeto assim, o seu valor não reside na profundidade ou extrema acurácia do conteúdo, mas na abordagem visual e no apelo estético que é, realmente, uma grande sacada (devo dizer que os vídeos que vi fazem até citações diretas de algumas obras e tentam prezar por uma proximidade ao “espírito” do filósofo em questão).

Eu ainda não vi todos, mas parecem realmente muito criativos. Abaixo, os dois primeiros a que assisti… ;)

Visto pela primeira vez no twitter do Open Culture.

G. Ferreira

View Comments

  • Você, meu caro, está bem antenado com as novidades...o fato de citar o Pós-escrito deve ter lhe agradado, imagino. Eu vi o do Kierkegaard, é um instrumento didático interessante, produz uma visualização dos conceitos curiosa.

    • Pois é, André. Geralmente sou cético com essas coisas e, pra ser completamente sincero, nem sei se se deve fazer tanto esforço assim para se popularizar a Filosofia. Mas acho curioso que haja gente se esmerando pra fazer essas coisas.

  • Realmente, se esmerar em tal produção digital é curioso. Pensei que pode ser útil para o ensino médio, para aguçar o interesse dos alunos por Kierkegaard. Ou seja, um meio,não um fim. Sem conhecer os textos, se baseando apenas no vídeo, cria-se uma visão (mais uma) estereotipada de Campo-Santo.

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